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Homenagem

  ndina Vasconcellos de Assumpção faleceu na madrugada de 16/12/2009, quarta-feira, em Cascavel, PR. Foi quando Deus a carregou carinhosamente, tomando-a para si.

Nos três anos anteriores, seu estado de saúde foi se deteriorando aos poucos, após o primeiro AVC.  Nos dois últimos meses, permaneceu internada, lutando como pode, mas principalmente, aceitando com muita paciência, resignação e resiliência, todo o tratamento e suas novas limitações.

Algumas vezes dizia que queria estar com Jesus, para reencontrar pais, irmãs, marido e apontava o dedo para o alto.

Sempre me lembro das vezes em que ligava “só para dizer eu te amo”.  Lembro da carinha faceira, de manhã, cumprimentando e gastando seu francês com um "Bonjour, comment passez-vous?", muito bem faladinho...

Era uma cozinheira maravilhosa e generosa. Fazia pastéis com prazer, começando pela massa e depois por um generoso recheio, onde não faltava ovo cozido picado miudinho, bastante azeitona verde e carne moída. Um dia, anunciou em alto e bom som: estava cansada, não faria mais a massa e adotou a massa do supermercado ou da feira. Mas um dia, tivemos o bom senso de não solicitar pastéis quando perguntava: "o que você quer que eu faça para você comer”?

Gostava de trabalhos manuais, especialmente panos de prato. Cuidava de todo o processo: clareava, costurava, bordava, pintava e sempre me mostrava perguntando o que achava. Nos panos de prato, podia variar as técnicas de bordado, as cores etc. A maioria das vezes, quando eu chegava de viagam, lá estava ela, na porta de casa, estendendo um guardanapo novo, sorrindo. Com grande expecativa perguntava, antes de eu entrar em casa e ainda com a mala na mão, perguntava: "o que você achou?". Se não mostrava na porta da sala, era porque tinha um "estande" montado em cima da cama, com os últimos trabalhos.

Pouco antes de falecer, encontrei na livraria de um aeroporto a reedição de um livro que eu ela sempre dizia que tinha lido, quando era estudante, ainda mocinha e tinha gostado muito: “As maluquices do Imperador”, de Paulo Setúbal. Passei anos procurando, sem sucesso, pensando até que o livro não existia. 

Comprei um exemplar e levei a "novidade", quando fui passar algum tempo com ela no hospital. Foram os últimos dias que eu a vi, em novembro de 2009. Mostrei a capa do livro, comentei como encontrei, da minha teoria que o livro não mais existia etc. Queria animá-la naquela situação entediante que é uma cama de hospital. Nunca esquecerei a forma como olhou o livro, depois olhou para mim, quase com compaixão e serena indiferença. Então tive absoluta certeza de que suas prioridades, definitivamente, eram outras. A melhor coisa que pude fazer, naquela hora, foi dar um sorriso e beijá-la, praticamente pedindo desculpas.

Ela sempre dizia que quando pequena, tinha planos de crescer e ser uma avó igual a sua avó paterna, Rita. A vovó Rita, com certeza, teria orgulho dela.

A despedida foi breve, pois o sepultamento foi na mesma quarta, dia 16/12/09, às 17 horas, em Presidente Prudente, SP, outra cidade, outro Estado, distantes por pelo menos uns 450 km. Ela sempre quis e pediu para ficar com meu avô Flávio. E assim foi feito.

Não posso deixar de registrar o apoio de nossos amigos e familiares e, em especial, àqueles que puderam comparecer naquela breve despedida, em Presidente Prudente: aos primos, tios e aos amigos da Igreja daquela cidade. Alguns destes, há anos não víamos e não sabímos como contactar. Até hoje, passados mais de dez anos de seu falecimento, recordo-me de como a atenção e a surpresa de suas presenças ajudou a consolar nossa dor. Somos sempre gratos pela acolhida e carinho dos primos Plínio e Lúcia, em nos receber em sua casa, à noite, depois de encerrada a cerimônia.

Recentemente, soube por minha mãe que muitos irmãos e amigos da igreja de Presidente Prudente, várias vezes, se deslocaram para Cascavel, PR, apenas para passar o dia com ela.

O que me fez pensar em uma longa fita, bem bonita: os nós e laços podem estar distantes, mas a fita é única e continuamos juntos.

Agradecemos Senhor, por tudo que ela nos ensinou. O Senhor tem nos ajudando a viver sem ela, mas nos faz recordar da pessoa que ela foi e seus ensinamentos..

                                              

 
Agradecimento –  São Lucas Hospital FAG / Hospital Salete (18/12/2009)

Registramos sempre nosso agradecimento às equipes do Hospital Nossa Senhora da Salete e São Lucas Hospital FAG, de Cascavel, PR pelo atendimento prestado a Sra. Ondina Vasconcellos de Assumpção, nos seus últimos meses de vida.

Em um ambiente hospitalar, a família delega aos profissionais a responsabilidade pelo cuidado, por não ser capaz de oferecê-lo em condições normais. Neste momento, espera-se minimamente um cuidado pronto, correto e ético.

O corpo clínico e, em destaque, a equipe de enfermagem extrapolaram o cuidado protocolar e ofereceram atenção, humanidade e carinho.

Temos certeza de que este foi um diferencial nos cuidados à nossa querida mãe e avó e por isso nós, familiares, agradecemos por terem feito aquilo que era preciso, da forma como gostaríamos de fazer, quando não nos era mais possível.

Dona Ondina foi e será sempre para nós, um exemplo de fé, de vida cristã e de doação. Não vemos outra maneira de encerrar este agradecimento, que não seja uma oração a Deus, para que os abençoe:

UMA BÊNÇÃO ANTIGA

"Que tua vida, amigo, seja sempre para o melhor,
 Que o sol aqueça teu viver, que a chuva caia suave no teu lar.
Até nos encontrarmos outra vez, 
Que Deus te segure nas suas mãos,
Que o Senhor te abençoe e guarde,  
Que o Senhor sobre ti levante o rosto,
E te dê a paz”.

Família Assumpção

Flávio, Lucila, Celso, Luiz Carlos, Cecília, Walter e Leny (filhos); Edelzia, Carlos, Regina, José Simões e Elaine (noras e genros); Cybelle, Lêda Beatriz, Carolina, Rafael, Juliana, Clara Beatriz, Christiano, Matheus, Diego, Aline, Flávia e Isabela (netos); e, Victor (bisneto).

 

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