ndina Vasconcellos de Assumpção, minha avó, costumava contar histórias de sua família, quando eu era pequena. Dentre tantos nomes, o de Carlos Engler sempre aparecia.
Em 1988, visitando o Arquivo do Museu Imperial (Petrópolis, RJ), localizei o nome Engler em um dos catálogos, que me remeteram ao livro Estrangeiros ilustres e prestimosos no Brasil (1800-1892) e outros escriptos, do Visconde de Taunay.
Pouco tempo depois, encontrei, por acaso, um relato sobre Engler no livro de Daniel Kidder na Biblioteca da Faculdade onde estudava, mas nunca me aprofundei sobre o assunto.
Em
agosto de 1998, em menos de 20 dias, faleceram as duas irmãs
mais velhas de minha avó - Lourdes e Dirce. Um pouco da
história da família se foi com elas, levando-me a querer
registrar as memórias de minha avó.
Em
dezembro de 1998, enquanto minha avó fazia crochê, ocupei
uma mesa, ao lado dela, e durante dois dias, pedi para que contasse
todos os nomes que sabia. Consegui preencher mais de quatro folhas
tamanho A4; emendadas estas folhas, montamos a primeira
árvore genealógica. Depois, transcrevi estes dados
para o programa que já estava utilizando.
Ao
mesmo tempo, usando a Internet, percebi um crescente número de
informações sobre Genealogia. Cadastrei-me em uma lista de discussão, achei um excelente Curso Básico de Genealogia, comecei a usar alguns programas e a levantar os dados que eu já tinha, por meio de livros.
Em
fevereiro de 1999, resolvi pesquisar na Internet a
palavra Engler. Ainda não existia o Google (!) e os
melhores buscadores eram o AltaVista e o MetaMiner. Por isso, apenas na centésima página, deparei-me com um artigo de João Batista César, no Correio Popular, de Campinas (SP), que discutia sobre a dissertação de Rosana Hório Monteiro. Pela primeira vez, soube da associação entre Hercules Florence e Carlos Engler (Karl von Engler). Mais tarde, verificaria também a relação com Langsdorff.
A
partir de então, Carlos Engler deixou de ser apenas uma duvidosa
lembrança e curiosidade de família e tornou-se um
ancestral a ser pesquisado. Desta forma, além de um levantamento genealógico, que por si é bastante extenso, este trabalho tem um cunho histórico, impossível de ser ignorado.
Confesso
que eu mesma e alguns mais chegados ficamos supresos quando
consegui comprovar algumas das histórias que minha avó
contava. E ao longo dos anos e até hoje, aprendi a confiar muito
mais na memória dela, registradas em minhas
anotações, do que na minha memória sozinha.
O levantamento de dados ocorre com base em documentos, ainda não digitalizados, demandando visitas e consultas on-line a arquivos, bibliotecas e museus. As minhas buscas ocorreram no início no Rio de Janeiro e em São Paulo.
O contato com pessoas
continua fundamental, pois com elas estão as lembranças,
as histórias, datas e nomes de pessoas, ainda não
cadastrados. Muitas também colaboram levantando
informações e documentos.
Outro
aspecto deste trabalho é identificar pessoas interessadas em
dados semelhantes e trocar informações. O Prof. Erivam Morais de Oliveira, em seu trabalho de Mestrado sobre Hercules Florence, na ECA-USP, dentre outros elementos, também buscou informações sobre Carlos Engler e localizou no Museu Republicano "Convenção de Itu" o seu Inventário e Testamento.
Caso
semelhante envolve aqueles que têm interesse na história e
nos descendentes dos artífices estrangeiros que trabalharam na
Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema.
Assim, consegui colocar em contato a Maria Amélia Ribeiro Planas
com a Bernadete Holtz Ribeiro (que criou uma página
para a Família Holtz - http://www.holtzgen.com - atualmente
desativada - out. 2018), que por sua vez, apresentou-me Regina Menck de
Oliveira Amaral. Todas pesquisam a família Strombeck.
Neste
contexto, a Internet é o grande instrumento como fonte de
informação e comunicação, promovendo
contato com pessoas e Instituições. Nos início das redes sociais, o Orkut
tornou-se uma importante ferramenta nesta pesquisa. Em pouco tempo, a
partir da comunidade da Família Engler, foi possível
conhecer vários descendentes, que gentilmente contaram sobre
suas famílias. O Orkut foi desativado em 2014 e a comunidade "Família Engler: genealogia e história" migrou para o Facebook.
Nos últimos anos, com o avanço da Internet, dos sites das instituições e ao
aumento de obras disponíveis na íntegra - artigos
científicos, teses e livros - verifica-se uma maior "facilidade"
e probabilidade de localizar informações sobre
Carlos Engler e outros assuntos relacionados. Um bom exemplo é o
Google Books, SciELO Livros e Biblioteca Digital do Senado Federal.
Entre 2013 e 2014, os jornais antigos de Itu foram digitalizados e
disponibilizados pela Universidade de São Paulo (USP), na
Biblioteca Digital de Obras Raras, Especiais e
Documentação Histórica da USP.
Este site é versão on-line e dinâmica desta pesquisa. Por meio dele, busco compartilhar informações básicas sobre a Família Engler no Brasil, informações sobre Carlos Engler e registrar o material que já consultei.
Este trabalho é um grande quebra-cabeça. São vários os detalhes sobre a vida de Carlos Engler que ainda precisam ser confirmados. Por isso, se você se interessou por este projeto, veja como participar.
Caso queira, acompanhe a pesquisa, em relatórios resumidos:
Relatórios